12/07/2009

here

and the lie lies over there, and the truth is out here...

i knew it, and you didn't tell me... why?

i thought you were different, but you are just the same

perhaps the world is right, and i left the well, from the bottom

however stills steel, my heart and will

12/04/2009

Old School Criminal Radio Narrator

O doravante chamado Alcides de Oliveira, assíduo freqüentador de zonas de baixo meretrício e lugares povoado por criminosos, se envolveu em uma contenda, mais exatamente um duelo de facas e teve seu rim, baço e fígado perfurado diversas vezes.

Conhecido pela alcunha de “Raposa”, o meliante foi devidamente socorrido e encaminhado ao pronto-socorro mais próximo do local, Hospital Padre Benjoim Soares, mas veio a falecer duas horas depois do ocorrido.

O infeliz era viúvo e deixa para o mundo duas crianças orfãs.

Tendo filhos pra sustentar, que mal há?

Vou abrir meu blog pessoal entrevistando um dos manos que ouvi muito na minha “pós-adolescência”, Mc Marechal. Idealizador do bonde Quinto Andar, batizado por ele mesmo (segundo o próprio), o cara manda muito e é gente fina pra c*! Ele conversou comigo na festa Luv, da adorável Nicole Nandes, em um clima bem informal, como tem que ser! Ia rolar show do Emicida e seria uma idéia mais sensata eu entrevistar o cara, já que ele mora em Sampa e Marechal é cria do Rio, o que torna tudo mais fácil, mas mesmo assim escolhi ele, por ser uma personagem meio mítica pra mim e muitos amigos. Quem fez a ponte foi Orion Chalub, um moleque maneiro pra caramba. Como eu fiz a entrevista no meio de uma balada, embalado por cervejas, e só escrevi no dia seguinte, deixo o espaço livre para correções, do próprio Marechal ou de alguém que eu tenha citado.

mcmarechal Logo de cara perguntei sobre a briga entre ele e Cabal. Marechal mandou que a parada começou com um mal-entendido, que uma galera do Quinto Andar chamou o Cabal de Mc de festa, mas que ele não tinha falado nada e nem podia, que ele tinha se desligado do coletivo e era ele mesmo um Mc de festa, já que ganhava dinheiro pra cantar e tocar, vivia disso (quando falou isso, Marechal abriu os braços pra ilustrar que tava ali pra tocar). Falou que quando ele e Cabal se encontraram, logo depois do boato, Cabal deu pra trás e negou, dizendo que não tinha nada, que o mal-entendido tinha ficado pra trás. Para Marechal, ele falou isso motivado pelo medo, porque estava longe de casa e dos amigos. Logo depois perguntei sobre a provocação feita na Lapa, território carioca: “terça-feira, duas horas da manhã é mole, não tem ninguém lá, quero ver fazer isso no meio de todo mundo!” foi a declaração do Mc (essas alturas “Produtor Rodrigo”, como a Dj Pathy De Jesus chamava ele toda hora). Pra mim pareceu que o cara não dá a mínima pra isso, desdenha Cabal (vou tentar entrevistar ele também, pra ficar uma coisa mais imparcial, mas vai ser difícil).

Quando a gente mudou de assunto, Produtor Rodrigo teve que se ausentar, pra comandar a mesa de som no show do Emicida, que arrebentou no palco. Marechal tem uma percepção muito boa do som e do ambiente, e ajustava áudio e efeitos constantemente, por cima do balcão, como costuma fazer. Quando Emicida desceu do palco, voltamos a conversar e retomamos o assunto. O link foi uma rima do Cabal que insinua que Marechal é “baba-ovo” de um dos rappers mais famosos do Brasil. Comentei que esse Mc era “jabazeiro” (segundo muitos) e que isso ia contra a postura do Quinto Andar. Ele defendeu o Mc famosão dizendo que se tivesse quatro filhos pra sustentar faria o mesmo, que não tem problema nenhum em fazer isso. Comparou ainda dizendo que “se o salário mínimo vale 500 reais e eu ganho isso pra fazer vinte minutos de rima, me considero rico e vivo muito bem com isso!”. Dentro do assunto, perguntei sobre a relação com os fãs e se ele já foi acusado de estrelismo. Apesar de se considerar um fenômeno por não ter gravado nenhum disco (Marechal se desligou do Quinto Andar antes do lançamento do primeiro disco) e ser bem contado, não faltando trabalho pra ele , o cara afirmou que conversa com todo mundo e não se diz estrela de jeito nenhum, é só uma cara que batalha (posso afirmar isso, já que eu nem conhecia o cara e a gente foi embora da Fosfobox com a mesma galera e ficamos esperando o ônibus trocando idéia). Nossa conversa foi novamente interrompida nesse ponto, e quando retomamos, foi pra falar amenidades e de amigos em comum. Ficou em mim uma sensação muito boa, já que o cara era herói pra mim, um maluco da minha idade que manda muito bem, cantando mais que muita gente que faz sucesso por ai!

11/16/2009

Uma noite alucinante

Ontem posso dizer que rolou a noite mais peculiar da minha vida no Rio de Janeiro, e olha que eu moro aqui tem seis anos! Vou seguir a ordem cronológica pra mostrar como ela foi esquisita.

Assim que eu sai do trabalho, tocou meu celular, com a Pri me perguntando o que eu ia fazer. Sugeri a gente colar no Empório só pra se encontrar e de lá seguir para um pé sujo que tem na mesma rua, duas quadras depois. Ela disse que não rolava colar no Empório porque tinha uma mulher lá que queria arrumar quizomba com ela. Até ai tranquilo, ficamos conversando no boteco e o Mark, parceiro pra tudo, ligou dizendo que ia colar lá. Conversamos um tempão e quando era umas duas horas da madruga a gente resolveu sair fora, mas antes ligamos pra um chapa e ele disse que ia pra fosfobosque, que não ia dá pra ir lá com a gente. Levamos a Pri até em casa, que é pertinho dali e resolvemos ir até a fosfo caminhando, o que não era tão pertinho assim.

Ai é que começa a parada. Quem me conhece pessoalmente sabe o perigo que eu represento, uma verdadeira ameaça: um nerds de óculos, alto, magrelo e tranquilão… o Mark então, mais magrelo, mais baixo, mais branquelo e com alargador, um perfeito cadeieiro… Pois é… de repente ouço um barulho de carro diminuindo e quando olho de canto de olho, vejo que é uma viatura com dois policiais, um já descendo, com arma em punho e carro ainda em movimento… pra facilitar o entendimento novamente, daqui pra diante vai ser tipo roteiro, depois volto ao normal:

p1 – AE AE AE AE!!! (descendo da viatura apontando uma arma pela nossas costas)

g – Ae o quê!? (gritando de volta, fingindo não saber se tratar de um policial)

p1 – QUE QUÊ VOCÊ FALOU? VOCÊ ACHA QUE TÁ FALANDO COM QUEM? (exaltado, chegando bem perto com a arma pra frente)

entra em cena p2, um verdadeiro piadista

p2 – encostem na parede, vocês já viram nos filmes, sabem como é (em tom de stand up comedy, e começa a revistar g, assim que ele encosta)

g – no bolso esquerdo tem meu celular e no direito minha carteira, com os documentos (colaborando, pra aliviar a tensão inicial do grito)

p2 – carteira, celular (apalpando e arremedando g)

p1 – vocês combinaram de colocar a carteira e o celular do mesmo lado? (revistando mark)

m – isso não é carteira, é meu celular, o outro é o cigarro (falando pela primeira vez desde então, refeito da surpresa)

p2 – esse celular é uma arma, olha o tamanho disso! (sacaneando mark)

m – é quase um computador senhor (?)

p2 – podem ir (dando espaço pra gente)

g – valeu (já indo)

m – boa noite (seguindo g)

p2 – podem ir quer dizer que vocês podem virar de frente e relaxar, mas ficam ainda (em tom de troça)

p2 – vocês usam drogas? (bem pertinho de g)

g – não (indiferente)

m – não (indiferente)

p2 – mas são contras né? (sinceramente, eu não entendi que tom ele emprego nisso, se era uma armadilha, que porra era…)

g – também não, cada um faz o que quer (ainda indiferente)

p2 – mesmo com todo sangue que rola? (aqui era uma armadilha, com certeza!)

g – sou a favor da livre conduta (muito indiferente)

p1 – você é homossexual então?

g – também não (indiferente e natural)

p2 – deixa ele falar, não pressiona ele (cortando uma pergunta de p1 e meio que rindo)

p2 – segura esses dois reais, segura esses dois também, o que é isso? número de conta de banco? isso é suspeito! que que tem no outro bolso, outro papelzinho? um telefone? é de mulher? não deixa eu ver não que eu sou perigoso! (tirando item por item do bolso de g e fazendo piadinhas)

p2 – cheio de dólar da sua carteira (abrindo a carteira de g)

g- lembrança da minha namorada americana (respondendo, tranquilo)

p2 – pô, mas só tem nota de um? eu gosto é de nota de cem! (um piadista nato)

p1 – você é artista? (falando com mark, ao mesmo tempo)

m – não

p1 – é artista sim!

m – não sou não…

p1 – é sim que eu sei!

m – ah, eu cuspo fogo, faço flea, mas não sou artista não!

p2 – você bebeu? (sempre falando com g)

g – sim (natural, sem se alterar)

p1 – vou ser sincero, vocês sabem como é ruim trabalhar aqui, e na zona norte é pior, mas o povo daqui é o que mais reclama e menos colabora!, vocês conhecem a zona norte? não grita lá não que vai ser problema pra vocês.

A partir dai rolou um sermão, umas bobagens de desculpas de ambas as partes e os policiais foram bem maneiros até, não tenho do que reclamar, a não ser o fato de eu não ter uma aparência criminosa.

Depois da geral (ou dura aqui no Rio) a gente continuou andando. chegando lá, fomos tomar uma coca no china do lado da foscobox. Tinha um cartaz anunciando coca em garrafa por um real, junto com um salgado era dois e cinqüenta, mas não tinha a tal garrafa, só lata, que era dois. Depois de pagar, chegou um carinha e pediu a promoção e o china cobrou os R$2,50. Nisso eu falei “então eu dou mais cinqüenta centavos e tenho o salgado” e fui separar as moedas. Quando se ligou no erro, o china foi cobrar o cara e disse que com a lata era R$3,50, claro que eu não quis, peguei as moedas e ralei, dai o china começa a gritar que a gente não pagou a coca e fica lá xingando a gente de caloteiro!

Pra entrar foi uma odisséia, mas deixa pra lá (teve até um michezinho que o mark fez com uma menininha pra poder entrar, hauhauhauah).

No fim da festa, o chapa estava bêbado, dando idéia na garota do caixa, e como já era cinco e trinta da matina, a galera estava fechando a casa. Um segurança chegou e deu mó porradão no balcão, me assustando. Pedi pro cara não fazer isso e ele foi lá e fez outra vez. Perguntei se ele estava maluco, porque fez isso, se eu pedi pra não fazer? ele veio pra cima de mim e eu parti pra cima dele e ele “sácódiquê?”, cheio de ginga e malandragem, mandei “ae, se tu é favelado é problema seu irmão, não tenho medo de você não, bota a mão em mim que a gente vai sair trocando aqui”, um bando de seguranças intervieram e pediram pra gente se retirar da parada, pra fechar a sequência de ouro.

Nesse meio tempo, antes da expulsão, o Mark ganhou um kit de pôquer, com baralho, ficha, toalha, a parada toda, pegou a Door, eu fiquei mega bêbado, ou seja, a noite foi um sucesso!!!

11/13/2009

Curta, muito!

Aconteceu mais um Curta GiG na noite da última quinta-feira. A iniciativa visa dar espaço para que jovens, ou nem tanto, cineastas mostrem seus trabalhos. A mostra é competitiva e conta com cédulas de votação distribuídas na entrada da casa.

15160_174674383710_830893710_2737400_3105168_nAgora que eu já dei esse lead quadradão (lead é a abertura da reportagem, uma coisa chatíssima que insistem em ensinar por ai), vamos ao que interessa: eu cheguei atrasado, confesso, por isso não vi o primeiro filme (a lista completa da sessão tá no link arriba), mas Marcela Moura gentilmente me emprestou o DVD pra eu ver. No segundo filme, sobre Ferreira Gullar, fiquei extasiado com os planos e com o valor de documento do filme, além da boa atuação do ator. No final tinha uma narração muito bacana, que foi involuntariamente interrompida pela Marcelinha (se me permite a intimidade), mas a moça se redimiu.

Quando começou o terceiro filme, a relação entre os planos (primeiro e segundo), a câmera estática, a cenografia, fotografia, e tudo quanto elemento, mesmo pequenas sutilezas como um aquário vazio com um gato ao lado, me chocaram e me fizeram apaixonar pelo filme. Tenho o costume de ler os créditos finais, e dei de cara com um nome conhecido na direção de arte “Malu Tostes”! Malu foi uma das primeiras pessoas que conheci aqui no Rio, engraçadíssima, e adorei ver sem saber que ela tinha parte naquilo, me deu um olhar mais sincero. A diretora, Fernanda, era só mais uma Fernanda talentosa, até meu chapa chegar e falar que Fernanda, era “A” Fernanda que a gente conhece. Eu não sabia o sobrenome da minha amiga… mas se já curtia o trabalho dela antes, agora gosto mais ainda! (será que ela topa fazer uma coisa com moi? tô cheio de idéias na minha pequena cabecinha)

A mostra estava escolhida a dedo, mas senti falta da projeção em duas telas, uma ao lado da outra, que rolou na edição anterior. Também tinha muita gente nova (que ótimo, sinal de que MM tá fazendo um trabalho supimpa!), que deve ter ouvido sobre a badalação, mas esqueceu que era um “cineminha”. Ficavam andando pra lá e pra cá, desfilando, falando alto, buscando coleguinhas, um inferno de má-educação. Teve até um bonitão, cheio dos balocobacos e salamalencos (lenço, barba, cabelo longo, calça cargo, camisa estampada, tudo que existe ele estava usando) que foi colocar os pés numa mesinha de centro e acabou quebrando uma ruma de vidros…

Roberto, o responsável pelo GiG, fica correndo pra lá e pra cá, o tempo todo, quando surgiu um boato sobre apagão então, o homem entrou em polvorosa. Mas é tanta gente que quer falar, comentar, ele não tem nem escolha. Mesma coisa vale pro DOOR (nem sei porque chamam assim…). Fabiano é a finesse em pessoa, e super interessado.

A surpresa da noite (pra mim) ficou por conta da minha conterrânea, que finalmente falou comigo. A Dona é linda e um primor de organização, mas tem aquele jeito paulista que as vezes nem a gente entende.

Felizmente não acabou a luz, e, pra variar, encerrei minha noite no Tex-Mex favorito, Rota 66.

ps: assim que eu arrumar umas fotos, coloco aqui ;)

10/27/2009

BRANDÃO

98469_3-rip-tombstone Faleceu na manhã do último domingo Joaquim de Mello e Souza, conhecido por seus amigos como Brandão. A cerimônia de despedida se realizará no mesmo boteco em que o companheiro, boêmio por profissão, dava expediente diariamente entre sete e onze horas da noite.

Deixa como viúva aquela a que sempre fora fiel nos passados trinta anos de vida a dois, sem nunca trocar de rótulo, e que reside em sua morada, o mesmo boteco onde conviveram juntos por uma vida inteira.

Para os amigos, deixa como herança a lembrança de muitas gargalhadas e de um parceiro de copo risonho e brincalhão. Para as amigas, só resta a saudade do par perfeito na gafieira de sextas e sábados, tocada pela banda Sereno na Madrugada, desde quando ninguém mais se lembrava.

9/12/2009

libératrice de mort

Je sens le sang couler dans un labyrinthe de veines et d'artères, à une vitesse vertigineuse, sur toute la longueur de mon corps, des muscles et des os, avec sa vitalité clos esclavage.

Des millions de cellules sanguines, fer rouge asservis molécules, de l'oxygène et le dioxyde de carbone, un sursaut d'énergie, combustion, blanc, phagocytose, les combats, la défense, constituée de plaquettes, de formage, l'assemblage, le web prêt à s'emmêler.

La lame est proche, les principaux, les sorties, la destruction de la prison, le secret de la liberté, d'exposer, sous la pression, un crack, surface minimale, point de contact, coupure profonde.
Free run, la vie de fuite, le sang résolue, recherche, contact de l'air sort, s'étend vers l'univers, l'âme en un, a ouvert le cosmos, la rouille noire, se solidifie, une vaine tentative pour garder un prisonnier, l'esprit prodigue, fausse prodige, connaît le pronostic.

RIP baissé, sans vie, la matière inerte, nouvelle nature, pour en revenir, convertir, retourneras en poussière, le sang vide, le corps sans âme, la liberté de la mort, en tant que destination, connu sort.

free death

I feel the blood run into a maze of veins and arteries, with dizzying speed, the full length of my body, muscles and bones, with its enclosed slavery vitality.

Millions of blood cells, red iron bonded molecules, oxygen and carbon dioxide, a burst of energy, combustion, white, phagocytosing, fighting, defending, consisting of platelets, forming, joining, web ready to tangle.

The blade is close, key, release, destroying the prison, the secret to freedom, exposing, under pressure, crack, minimal surface, point of contact, deep cut.

Running free, life vanishing, the blood resolute, search, touching the air, goes out, extends toward the universe, soul in one, cosmos path, dark rust, freezing, a futile attempt to keep a prisoner, prodigal spirit, false prodigy, known prognosis.

RIP, so lifeless, inert matter, new nature, to return, become, ashess return, blood empty, soulless body, freedom by death, as a destination, known fate.

liberta morte

Sinto o sangue correr em um labirinto de veias e artérias, com velocidade vertiginosa, por toda a extensão de meu corpo, em músculos e ossos, com sua enclausurada escravidão de vitalidade.

Milhõs de glóbulos, vermelhos de ferro, móleculas aderidas, oxigênio e gás carbonico, uma explosão de energia, combustão, brancos, fagocitando, combatendo, defendendo, plaquestas consistindo, formando, unindo, teia pronta para emaranhar.

A lâmina se aproxima, chave, a libertar, destruidora do cárcere, segredo para a liberdade, expondo, sob pressão, rachadura, mínima superfície, ponto de contato, corte profundo.

Corre livre, se esvaindo vida, o sangue resoluto, a busca, contato do ar, se extingue, amplia, em direção ao universo, alma em uno, cosmo desbravado, oxida escurecido, solidifica, tentativa vã, manter prisioneiro, espírito pródigo, falso prodígio, sabido prognóstico.

Jaz caído, forma desprovida de vida, matéria inerte, nova natureza, ao retorno, converte, poeira retorno, sangue vazio, corpo sem alma, liberdade da morte, como destino, sabida sorte.

9/11/2009

Happy Aniversary

Today I am celebrating one year dating the most wonderful woman I dated ever! She is smart, intelligent, cult, funny, happy, hot, beautiful, so many qualities, that I can’t describe them all… She helps me in every quest I am into, listens to me with understanding, gives me tips and advices, shares bad and good moments, she can always make my day, no matter what.

That is true she replaced me by a kitty, but, just because we are, unfortunately many miles away, I am pretty sure we are unreplaceable in each heart. I hope we can be together in the same room as soon as possible, however, she already does have the largest room in my soul. Actually, she is half of it right now, and had always been I think.

Aranha, please, keep climbing it, and stay teimosa and desobediente, EU TE AMO MUITO, PRA CARALHO!!!

9/10/2009

Deu a louca no mundo

Faz muito tempo que eu não escrevo uma crônica. Estava meio inseguro de escrever, estava meio a procura da crônica perfeita, para parafrasear um rapperzinho metido a besta. Depois do dia de ontem, resolvi escrever qualquer coisa mesmo, só pra escrever.

Hoje é dia dos professores na China. Na verdade foi ontem, mas lá chegou com dois dias de antecedência em relação a passeata dos professores no centro do Rio. Quando vi aquela foto em que um policial aponta uma arma para uma professora fiquei horrorizado. Merecia capa, prêmio e divulgação mundial a foto. O policial também merece menção, desonrosa.

Outro link com a China, de outro jornal, foi o fato de garotinha de um ano grávida. Eu não confirmei se foi mesmo dia dos professores ontem-hoje na China, vi isso no Skype de uma amiga chinesa, mas pesquisei sobre essa garotinha. Isso chama “fetus in fetu”, e acontece quando um feto é “envelopado”. O que deveria ser a vítima, já que foi absorvido, se transforma em uma massa humana disforme, e passa a parasitar seu gêmeo. Mais ou menos como pessoas que exploram a sexualidade alheia, através da prostituição. Gêmeo quer dizer parecido, de mesma origem. No mesmo jornal tinha a notícia de uma rede de exploração de travestis. Fiquei surpreso (não sei pq) ao ver que a maioria dos líderes eram travestis. Uma classe que sofre tanta descriminação social, mesmo em trabalhos regulares (que vão desde cabeleireiros a médicos) se unindo para explorar seus pares.

Meu dia também foi tumultuado ontem, ontem eu me explorei parasitalmente de forma absurda, revertendo prioridades e passando a vez das pessoas na frente da minha. Isso me gerou um estresse absurdo, o que me fez acordar com a mesma sensação de quando eu ficava bêbado e depois entrava numa briga, lá nos idos dos noventa. Pelo menos, liguei o meu #f*-se e escrevi essas mal-traçadas linhas e me animei a retomar a pena (tem uma pluma enorme no meu teclado). Pra fechar, tenho uma dúvida atroz: o que são esses milhões de tralhas, asteriscos e arrobas que invadem o nome das pessoas, alguém me explica?

Quero ser Salinger.

7/24/2009

Bueiro

trechos do livro Bueiro

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Sempre que atravesso a rua vou costurando entre os carros, já que o trânsito nunca anda mesmo nessa rua horrível. Não tenho a menor vontade de ter carro, acho que nem vou ter quando estiver na idade de dirigir. Vou sentar no mesmo lugar de sempre, na escada que dá acesso a estação. Tem os mesmos de sempre andando de skate, outros sentados no ferro, conversando, fazendo bagunça, e um monte de menor de rua trocando idéia. Ouço um quilhão de “e ae Rato, firma?” conforme vou chegando. O maneiro é que a gente só brinca entre nós, nunca mexemos com quem está esperando ônibus. Bem, quase ninguém, porque não pode passar mulher que a gente mexe.

- Fala ae Ale, vai na festa da Cátia? – acho que ele nem vai.

- Pô Rato, nem vô, vou tocar hoje lá no Centro, tá afim de ir? – na boa, ele me convidou só pra ser educado e retribuir o convite.

- Nem, vou lá nessa festa mesmo, vai ter muita breja, e sempre rola um beque! – sei que ele não fuma, mas falei só pra enfatizar que não quero ir com ele e sei que ele não quer minha companhia também.

- Então tá! – vai lá, continua ae com seu skate. Ele tá puto comigo desde que eu peguei uma mina que ele ficava. Porra, tem mais de um ano isso, esse miserável que vá a merda. E eu nem sabia que ele ficava com ela.

Parece que eu vou sozinho mesmo, não consegui nenhuma perdida e o Felipe deve tá no próximo ônibus. Caralho, ficar sem mulher é muito ruim, mas deve ter alguma lá. Se não tiver nenhuma, é só eu ficar bêbado e na brisa que tá resolvido o problema. Olha lá o Felipe, sabia que ele tava chegando. “Vamos ae Rato?”. Como assim vamos ae, claro que vamos, eu tô te esperando tem muito tempo já, Zé Mané. Tá bem tarde da noite, e esse ônibus cheio, sempre tá assim, mas é porque tem o pessoal que mora na favela e tava trabalhando. Aliás, nem falei que a casa da Cátia é na favela. Mas eu tenho salvo-conduto em qualquer favela, sou mais conhecido que moeda de dez centavos.

7/23/2009

Bueiro

trechos do livro Bueiro

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Acho que já dá pra pagar o Jorge e comprar mais umas fichas. Já fiz até conta de quanto eu tiro por mês e fiz uma projeção pra ampliar os lucros. Todo mundo fala que eu sou muito inteligente, vai ver é por isso que desperdiço essa inteligência. O quê vem fácil, vai fácil. No caso, já que sou inteligente mesmo, não preciso me esforçar pra nada. Jogar me dá uma fome, se bem que tem quatro horas que to aqui, vou comprar um hambúrguer. No caminho encontrei mais uns fulanos que também iam pra festa. Parece que vai ser bom, e sempre sobra uma perdida pra mim.

Acho estranho isso, não entendo. Não sou nenhum galã. Na verdade eu sou magrelo pra caramba, uso óculos, cheio de espinhas na cara e uso umas roupas bem largas, mas até ai tudo bem, todo mundo usa igual, mas pego mulher pra caramba. Quando eu conto ninguém acredita, mas pego muita mesmo, e geralmente arrasto na primeira noite. Vai ver é por que gosto muito e isso atrai. E nada de garotinha, muito raro eu pegar uma mina com menos de vinte anos. Acho que elas ficam encantadas com o garotinho com cara de santo. Tadinhas.

Peço uma coxinha e uma Coca, comida nada saudável, mas fazer o que, coxinha é minha comida porcaria preferida. Ainda falta mais de uma hora pra ir pra festa, se pá vou fazer hora no flipper, ficar sacaneando a galera até ir pra festa. Acho que vou com o Felipe, o maluco é muito ponta-firme. Ele falou que ia demorar mais umas duas horas pra chegar no Terminal, mas eu espero, de repente ainda acho uma mina stylera pra ir com a gente. Encho de pimenta na coxinha e vou comendo amarradão, olhando o movimento. Tem um casal que tá brigando, eles tão bem perto de mim, acho que a mina pegou o cara com outra e armou barraco, depois saiu e ele veio atrás. Agora tá com cara de cachorro sem dono, pedindo desculpas pra ela, que tá bem irritada. Depois de cinco minutos vendo a briga, tomei até um susto quando ela cruzou os braços, calmamente, ajeitou a bolsa, olhou bem pra cara dele, e de repente, como se fosse uma coisa treinada várias vezes de tão perfeito que ficou, ela enfiou a mão na cara dele, bem no meio da fuça. O babaca ainda ficou olhando por uns trinta segundos, estático. Ela xingou ele e saiu fora. Cansei de olhar a galera depois que ela foi embora, vou sentar um pouco lá no Terminal, daqui a pouco chega alguém.

7/22/2009

Bueiro

trechos do livro Bueiro

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Estou jogando péssimo hoje, mas minha cara ainda tá dormente e eu nem comi nada. A grana que eu peguei em casa vai servir pra eu comprar um pacote de Negresco e um refri. Pelo menos não to igual meu primo, que já perdeu dois dentes por que gosta de mastigar o saquinho. Isso é uma merda, a gente cheira, se acha o dono do mundo, depois fica ai, todo se lamentando da vida, daí, pra esquecer, vai e cheira outra vez. Eu só cheiro umas duas vezes por semana, no máximo três. Até porque eu nem tenho dinheiro pra ficar gastando de bobeira.

Chegou o Piolho, da última vez que eu tive que tomar glicose ele que foi comigo, gente-fina toda vida esse moleque. “Ae Rato, vamô lá numa festa mais tarde, na casa da Cátia?”. Claro que vou, maconha e cerveja na faixa, com certeza. Tá na hora de faturar, sempre no mesmo ponto de ônibus: “Moço, perdi meu dinheiro e tenho que ir pra casa, será que o senhor pode me dar o dinheiro da passagem?”. Quando eu pego dinheiro, eu entro em qualquer busão, passo por baixo da roleta e desço lá em cima. Às vezes pergunto se passa em um lugar que não tem nada a ver com o caminho dele e digo que peguei errado, pra descer no próximo. Com essa cara de garotinho da mamãe é ruim de acharem que eu to mentindo. Só tenho pena de pedir pra mulher e pra tiazinha, mas quando aperta, não quero nem saber, peço pra qualquer um.

7/21/2009

Bueiro

trechos do livro Bueiro

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Eu sempre tenho um livro na mão, me amarro em ler. Queria que todo mundo lesse. Chato pra caralho andar de ônibus sem ler. Leva só meia hora pra chegar, mas já dá pra ler umas vinte páginas. Tô lendo Entrevista com o Vampiro, que a coroa que eu to pegando me emprestou. Porra, a mulher tem 38 anos, vinte e três a mais que eu, e é a dona da ótica onde eu fiz meus óculos. Eles me dão uma cara de intelectual, perfeita pra enganar na hora de pedir dinheiro no ponto de ônibus. Vou lá no flipper, só pra variar. Sou um dos melhores jogadores.

“Oh o Rato ai! Firmeza Rato?”. O Jorge é muito figura. “Se liga Rato, tô comendo agora!”. Sempre a mesma parada quando chega alguém diferente aqui. Comprei cinco fichas mas nem paguei, só pago depois, no fim do dia, com a féria. Tem uns cinco ou seis caras jogando e tenho que esperar. Fora o cara que o Jorge disse que tava comendo, o resto é tudo igual. Tudo filho-da-puta e vagabundo. Metade trabalha, metade estuda e a outra metade é casada. Mas a gente se trata de filho-da-puta e vagabundo. Esse cara novo tem um sotaque esquisito, deve ser de outro lugar. Como ele é novo, ele fica quieto, mas faz cara de mau, sempre assim. Daqui a pouco é um vagabundo filho-da-puta.

7/19/2009

Bueiro

trechos do livro Bueiro

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Quando bati a porta elas me ouviram e começaram a gritar. Quem leu 1984? É a mesma parada, em um minuto elas são inimigas, no outro elas sempre foram amigas e eu sou o inimigo conspirador, que criou a desavença entre elas. Odeio esse lugar. Sei lá véio, nunca gosto do lugar onde eu moro. Lá no Terminal tenho muito conceito, aqui eu sou um Prego. É até melhor assim, pelo menos não chamo atenção de nenhum otário. Nem dá pra ouvir elas mais, mas isso me irrita. Quando chegar no Terminal já nem tenho nome, sou o Rato Branco, que é quem eu sou mesmo.

Todo cobrador já me conhece, mas eles nem criam caso, sou bem tranqüilo, vou quieto lá no fundo, nunca arrumo problema nesses ônibus daqui. Mas vez por outra, em linhas de outras áreas o bicho pega. Igual quando eu tava com o Tiago e o Vinicius. Os dois crente que não ia rolar passar por baixo e eu falando que ia. Na hora que o cobrador falou que não, que não tinha desculpa pra dar na empresa eu mandei ele contar que a gente ia espancar ele se ele não deixasse. Foi tipo “abre-te Sésamo”.

Bueiro

trechos do livro Bueiro

2281822033_e0c0796bf6Merda, o lado esquerdo da minha cara está adormecido outra vez. É a segunda vez que isso acontece essa semana, será que devo me preocupar? Do meu quarto eu ouço os gritos na cozinha, dois andares lá embaixo. Não deve ter coisa pior do que duas mulheres histéricas se engalfinhando. Tá ai uma palavra engraçada, engalfinhar. Fora minha avó e em livros da escola, nunca ouvi ninguém falar isso. Não sei onde coloquei meus tênis. Na verdade nem sei como cheguei em casa. Meu quarto tá uma bagunça, mas pelo menos eu estou sozinho, não tem nenhuma garota desconhecida comigo. Duas horas, meio tarde pra levantar, mas mesmo assim não interam oito horas de sono que uma vida regrada teve ter, como fala minha mãe. Regrada, ela deve ter visto esta palavra na televisão e começou a repetir. Não que ela fosse burra, nem nada disso, mas é que é uma droga de uma palavra que ninguém fala na vida real.

Calcei meus tênis e coloquei uma camiseta, já que dormi com a mesma calça suja que tô usando tem duas semanas. Vou descer a escada na esperança de não ser visto, mas deve ser fácil, já que as duas ainda estão trocando carícias uma na cara da outra. Todo dia é a mesma merda, as duas brigando sem motivo nenhum, cinco minutos depois tão rindo, como se nada estivesse acontecido. Chego no segundo andar sem grandes novidades, ninguém me ouviu ainda, vou esperar pra ter certeza. Enquanto espero, será que consigo achar algum dinheiro largado por ai, pelo menos pra pegar o ônibus? Se bem que eu já sei qual vai ser o destino da grana, já que vai ser bem ruim de pagar busão. Por baixo da roleta, ai vou eu!

3/10/2009

Vous avez mal compris, il est Turandot

Pas plus carpe diem, la vie est de perdre
Qu'est-ce que vous attendez?
Pas plus carpe diem, il viendra
Où est le garçon?
Pas plus carpe diem, il viendra demain
Quel est votre nom?
Pas plus carpe diem, qui est le frisé
Alors, nous prendre votre photo?
Pas plus carpe diem, le garçon a finalement été
Est-ce la dernière question?
Oui, nous ne sommes pas d'attendre Godot!
Nous attendions Turandot
Qui est "l'amour"!

You misunderstood, it is Turandot

No more carpe diem, life is wasting
What are you waiting for?
No more carpe diem, he will come
Where is the boy?
No more carpe diem, he will come tomorrow
What is your name again?
No more carpe diem, that is the curly
Shaw we take your picture?
No more carpe diem, the boy finally came
Is this the last question?
Yes, we are no waiting for Godot!
We were waiting Turandot
Who name is “the LOVE”!

2/24/2009

"que a morte seja parte diária de minha vida, que minha vida caminhe essa trilha com ousadia e determinação e que seja sabido que humildade é a arma dos fracos contra os que são sem precisar tentar"