5/15/2010

vinho

quando eu for, não me diga que fui o último

que amar não é como o mar, entre ondas e espumas

não fique só, apenas dê um tempo e se jogue

embale e embole seus braços nos braços de um novo amante

 

quando eu não estiver, espere pelo próximo que vier

que a vida não pára quando chega a hora, oras, segue no influxo

de dicente carente, vire o docente doce que traz o prazer

guie quem possa montar a guirlanda de flores e corações

 

confuso infuso, trabalho obtuso do uso do estigma

sem ordem nem gosto no mosto imposto à uva

do que segue no rumo vivente inventando o buquet

 

esqueça que fôra o que juntos éramos, vinagre viramos

separe étilico evapore e ignore antes que more a disgosto

numa nova sepa brotando da terra, outro preparo de fênix

enótica erótica infinita