7/13/2010

miragem, doce e alva miragem

eia! espicho me todo a ver-te passar, leve e lânguida, toda coxas e carnes. o suor a escorrer pela testa, em direção a bochecha rosada e saudável. cabelos cores difusas balançando a queimar meu desejo com sua cor de fogo. corro os olhos em direção ao decote, generoso, com vales de perfumes entre serras. vestido esvoaçante, levado pelo vento, prata no tecido traiçoeiro. abaixo, em oposição a morros, ventre profundo, sulcado pela boa linhagem de qual provieste. abre-se silhueta, mulher poderosa, com força de batalha, anita garibaldi. acima dos joelhos finda a fazenda, sem mais decalques, com cor lustrosa, selenita.  batatas da perna grossas e suculentas, convidando-me a ser condenado pela luxúria, terminando em canelas e calcanhares de calibre que podem me ferir e matar.

mas, assim como vem, se vai, sem ao menos lançar um furtivo olhar lateral a esse ser visceral, deixando somente aromas e bromas.

(intervenção em homenagem ao gosto da saudade de Aline Liz Moraes Dahlen)

7/12/2010

miragem

eia! espicho me todo a ver-te passar, leve e lânguida, toda coxas e carnes. o suor a escorrer pela testa, em direção a bochecha rosada e saudável. corro os olhos em direção ao decote, generoso, com vales de perfumes entre serras. vestido esvoaçante, levado pelo vento, com estampa de flores no tecido barato. abaixo, em oposição a morros, ventre profundo, sulcado pela boa linhagem de qual provieste. abre-se a silhueta em ancas de boa mãe, mulher poderosa, com força de batalha. acima dos joelhos finda a chita, sem mais decalques, com cor terrosa da pele morena.  batatas da perna grossas e suculentas, convidando-me a ser condenado pela luxúria, terminando em canelas e calcanhares de calibre que podem me ferir e matar.

mas, assim como vem, se vai, sem ao menos lançar um furtivo olhar lateral a esse ser visceral, deixando somente aromas e bromas.