7/12/2010

miragem

eia! espicho me todo a ver-te passar, leve e lânguida, toda coxas e carnes. o suor a escorrer pela testa, em direção a bochecha rosada e saudável. corro os olhos em direção ao decote, generoso, com vales de perfumes entre serras. vestido esvoaçante, levado pelo vento, com estampa de flores no tecido barato. abaixo, em oposição a morros, ventre profundo, sulcado pela boa linhagem de qual provieste. abre-se a silhueta em ancas de boa mãe, mulher poderosa, com força de batalha. acima dos joelhos finda a chita, sem mais decalques, com cor terrosa da pele morena.  batatas da perna grossas e suculentas, convidando-me a ser condenado pela luxúria, terminando em canelas e calcanhares de calibre que podem me ferir e matar.

mas, assim como vem, se vai, sem ao menos lançar um furtivo olhar lateral a esse ser visceral, deixando somente aromas e bromas.

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