7/19/2009

Bueiro

trechos do livro Bueiro

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Quando bati a porta elas me ouviram e começaram a gritar. Quem leu 1984? É a mesma parada, em um minuto elas são inimigas, no outro elas sempre foram amigas e eu sou o inimigo conspirador, que criou a desavença entre elas. Odeio esse lugar. Sei lá véio, nunca gosto do lugar onde eu moro. Lá no Terminal tenho muito conceito, aqui eu sou um Prego. É até melhor assim, pelo menos não chamo atenção de nenhum otário. Nem dá pra ouvir elas mais, mas isso me irrita. Quando chegar no Terminal já nem tenho nome, sou o Rato Branco, que é quem eu sou mesmo.

Todo cobrador já me conhece, mas eles nem criam caso, sou bem tranqüilo, vou quieto lá no fundo, nunca arrumo problema nesses ônibus daqui. Mas vez por outra, em linhas de outras áreas o bicho pega. Igual quando eu tava com o Tiago e o Vinicius. Os dois crente que não ia rolar passar por baixo e eu falando que ia. Na hora que o cobrador falou que não, que não tinha desculpa pra dar na empresa eu mandei ele contar que a gente ia espancar ele se ele não deixasse. Foi tipo “abre-te Sésamo”.

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