1/28/2015

Campanha contra a educação nível "o próximo"


Tenho perdido bastante tempo lendo os comentários em páginas e portais de notícia, como UOL, Folha de S.Paulo, Estadão e VEJA, e cada vez mais noto que o brasileiro está se movendo do que se acreditava ser um povo cordial e solidário, para o que ele imagina ser um ideal a favor da evolução: a mesquinharia.
Em toda e qualquer notícia, seja sobre ‪#‎corrupção, seja sobre #‎bbb15, há comentários pregando aniquilação da solidariedade, da ajuda, ou mesmo da assistência a quem é menos favorecido. Chavões como "se tivesse estudando isto não teria acontecido", "os gays são abominações", "anda pelada pela rua e não quer ser estuprada", "a culpa é do governo que dá bolsa família/preso/crack/prostituição pra este bando de vagabundo", "bbb é coisa de gente burra" são frequentes, e me desapontam com o povo que eu deveria ser parte.
Geralmente patriotismo e religião são os estandartes destas pessoas, mas o curioso é que ambos conceitos não têm ligação alguma com o ódio entranhado nestas declarações, já que "patriotismo" versa que devemos cuidar de nossa pátria e do nosso povo, e religião prega que nos aproximamos cada vez mais do "religare" quando praticamos a misericórdia e a caridade.
Abandonei o uso destas duas palavras exatamente por esta transformação em suas prosódias semânticas, de algo que deveria me conectar ao próximo, para algo que segrega e afasta, com intenção destrutiva.
entendo de onde vem este pensamento, quais são suas influências, e também sei qual o destino final desta "evolução", há muitos exemplos históricos. Minha esperança de que não cheguemos ao desfecho reside justamente no que mais abomino: a ignorância pura e simples.
O brasileiro, meus "compatriotas", ao contrário de sua recente e pretensa erudição, queimou fases e não se educou, logo, não tem as ferramentas necessárias para chegar onde pensa que gostaria. Apesar de bradar que "a globo não passa nada que presta" ele não se apegou a livros e não busca fontes passivas de informação, continua ali, com sua aplicação hipodérmica de "cultura".
Enquanto isto, sigo acreditando que educar-se e ajudar ao próximo é o único caminha para iluminação.


[nota: tenho uma “linha de postagens em meu perfil do facebook que sempre vão com “campanha contra a educação + (uma observação)”. Ao contrário de ser contra a educação em si, a ideia é mostrar o quanto desvalorizamos o educar]

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