Tenho perdido bastante tempo
lendo os comentários em páginas e portais de notícia, como UOL, Folha
de S.Paulo, Estadão e VEJA,
e cada vez mais noto que o brasileiro está se movendo do que se acreditava ser
um povo cordial e solidário, para o que ele imagina ser um ideal a favor da
evolução: a mesquinharia.
Em toda e qualquer notícia, seja sobre #corrupção,
seja sobre #bbb15,
há comentários pregando aniquilação da solidariedade,
da ajuda, ou mesmo da assistência a quem é menos favorecido. Chavões como
"se tivesse estudando isto não teria acontecido", "os gays são
abominações", "anda pelada pela rua e não quer ser estuprada",
"a culpa é do governo que dá bolsa família/preso/crack/prostituição pra
este bando de vagabundo", "bbb é coisa de gente burra" são
frequentes, e me desapontam com o povo que eu deveria ser parte.
Geralmente patriotismo e religião são os
estandartes destas pessoas, mas o curioso é que ambos conceitos não têm ligação
alguma com o ódio entranhado nestas declarações, já que "patriotismo"
versa que devemos cuidar de nossa pátria e do nosso povo, e religião prega que
nos aproximamos cada vez mais do "religare" quando praticamos a
misericórdia e a caridade.
Abandonei o uso destas duas
palavras exatamente por esta transformação em suas prosódias semânticas, de
algo que deveria me conectar ao próximo, para algo que segrega e afasta, com
intenção destrutiva.
entendo de onde vem este pensamento, quais são suas influências, e também sei qual o destino final desta "evolução", há muitos exemplos históricos. Minha esperança de que não cheguemos ao desfecho reside justamente no que mais abomino: a ignorância pura e simples.
entendo de onde vem este pensamento, quais são suas influências, e também sei qual o destino final desta "evolução", há muitos exemplos históricos. Minha esperança de que não cheguemos ao desfecho reside justamente no que mais abomino: a ignorância pura e simples.
O brasileiro, meus
"compatriotas", ao contrário de sua recente e pretensa erudição,
queimou fases e não se educou, logo, não tem as ferramentas necessárias para
chegar onde pensa que gostaria. Apesar de bradar que "a globo não passa
nada que presta" ele não se apegou a livros e não busca fontes passivas de
informação, continua ali, com sua aplicação hipodérmica de "cultura".
Enquanto isto, sigo
acreditando que educar-se e ajudar ao próximo é o único caminha para
iluminação.
[nota: tenho uma “linha de
postagens em meu perfil do facebook que sempre vão com “campanha contra a
educação + (uma observação)”. Ao contrário de ser contra a educação em si, a
ideia é mostrar o quanto desvalorizamos o educar]