4/26/2007

Só nesse ano já foram mais de 450 homicídios no Rio


por: Anggiolo Rua



Foi divulgada essa semana a estatística do Instituto de Segurança Pública que mostra os homicídios cometidos no estado: até o dia da publicação foram 486 mortes. O número mostra uma queda de 6,8%, mas não deixa de ser assustador.
Além desses números, podemos contar dois atos de protestos na Praia de Copacabana (um com rosas e um com cruzes), um movimento pela Paz organizado pelo Jornal do Brasil, diversas palestras, a chegada da Guarda Nacional no estado e outras ações menores.
Essa diminuição de na taxa de homicídios deve ser celebrada, mas está longe ser considerada ideal e nem deverá trazer tranqüilidade aos moradores do estado, cada vez mais acuados dentro de casa.
A noite carioca, antes muito animada, vê sua vida social reduzida drasticamente, porque é provável que você seja roubado ou assaltado. Jóias, celulares etc, são objetos que você deve usar em casa, ou dentro de um carro blindado, para não “perder playboy”.
Dizer que os favelados são culpados e que devem ser eliminados não ajuda em nada, apenas faz aumentar o abismo que separa a classe mais humilde da um pouco melhor (que também sofre com taxas e impostos...).
O governador Sergio Cabral prometeu ser mais rígido com relação à criminalidade, mas e os outros pontos? Na primeira semana entrou em dois hospitais públicos estaduais e demitiu o diretor de um deles, ato simbólico de grande valia, mas o mesmo ato deveria se repetir em escolas - não despedir diretores ou professores, e sim fiscalizar o uso dos recursos, para poder aumentar salários e verbas com responsabilidade.
Investir em saúde e educação ajuda especializar o trabalhador, o que melhora a distribuição de renda e a qualidade de vida, medidas que são mais eficazes no combate a violência do que o aumento do contingente policial. Basta observar países como Suécia e Holanda, que optaram por melhorar a qualidade de vida com políticas trabalhistas e educacionais a tornar as leis mais rígidas e o número de policiais desproporcional ao total da população.